Hermógenes Lima da Fonseca (Conceição da Barra, 1916 – Vila Velha, 1996) foi contador, advogado, folclorista, jornalista e político, sindicalista e representante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), com atuação em nível nacional, embora, em 1947, tenha se tornado, pelo Partido Republicano (PR), o vereador mais votado na história da Câmara Municipal de Vitória.
Considerado subversivo, sofreu perseguições por 11 anos durante o regime militar, detido diversas vezes e conheceu a dor da tortura, além de contar com quase uma dezena de fichas no Departamento de Ordem Política e Social (Dops).
Mestre Armojo, como era conhecido, colaborou de forma fundamental para revelar a identidade cultural do Espírito Santo e conscientizar os grupos folclóricos do Estado sobre seu valor e sua importância. Nesse sentido, Hermógenes Lima da Fonseca, acompanhado de Guilherme Santos Neves e Renato Pacheco, pertencia a chamada “santíssima trindade do folclore capixaba”.
Foi membro fundador da Comissão Espírito-Santense do Folclore, membro da Academia Espírito-Santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHG-ES) e da Associação de Imprensa. Como escritor e valente defensor dos direitos dos quilombolas, político batalhador e coerente, foi autor de diversos livros, abordando sobretudo a cultura popular em forma de contos, crônicas, ensaios, poesia e cordel. Ainda, contribuindo para o resgate e a valorização do folclore com inúmeros textos para jornais, revistas e peças institucionais.