Auta Trindade
Auta Fernandes Trindade (1936, Afuá-AP – Vitória, 2020) saiu da casa de seus pais com 15 anos para desenvolver um trabalho de apoio às famílias carentes e necessitadas através da JOC – Juventude Operária Cristã. Por muitos anos contribuiu para uma sociedade melhor. Feminista, acreditava na força da mulher e insistia que lugar de mulher é onde ela quiser. Ela ajudou mulheres que viviam agredidas e maltratadas em seus casamentos, sempre acreditando que o mundo seria melhor e mais igual quando operários e homens comuns e simples governassem o nosso país. Na época da ditadura, foi presa e exilada, mas nunca desistiu do seu sonho e da sua vontade de ter um Brasil mais igualitário, onde todos tivessem seus direitos respeitados e cumprissem com seus deveres. De volta ao Brasil, continuou o seu trabalho social e político, atuando por 35 anos como assistente social na FASE (Federação de Assistência Social), levando para todo o Espírito Santo, o Brasil e outros países da América Latina, seus conhecimentos de economia doméstica, controle de natalidade, saúde pública, direitos e deveres dos cidadãos. Na regional capixaba, atuou na formação e organização de várias lideranças sindicais, entre metalúrgicos, bancários e trabalhadores da construção civil, nos anos 1980. Auta nunca casou, nem teve filhos, mas criou vários filhos de outras pessoas, para os quais deu um lar, alimento, educação e, principalmente, formação do caráter. Faleceu em Vitória, vítima do Covid-19, aos 84 anos.
