Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 1947 — Rio de Janeiro, 1994), cantor e compositor, tornou-se célebre na música popular do país por conta de sua poética elaborada associada ao talento para criar composições de samba, bolero, rock, blues, entre outros gêneros musicais.
Aos 16 anos, Sérgio começou a trabalhar como locutor da Rádio Cachoeiro e, com a ajuda de amigos, aprendeu a tocar violão. Foi-se para o Rio de Janeiro, onde teve breve passagem como radialista de algumas emissoras locais, mas logo abandonou o rádio para tentar ser músico profissional. Depois de passar por enormes dificuldades financeiras, sua sorte começou a mudar em 1970 quando conheceu Raul Seixas e acabou contratado pela gravadora CBS, onde gravou seus primeiros compactos e participou — ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star — do LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das dez.
Sua carreira deu uma guinada após concorrer com “Eu quero é botar meu bloco na rua”, no Festival Internacional da Canção do Rio de 1972. Mesmo sem ter sido uma das vencedoras, a canção conquistou o público e se tornou um clássico em todo o país. Graças a essa popularidade, gravou o primeiro álbum da carreira, lançado pela Philips-Phonogram no ano seguinte, embora as vendagens do LP tenham sido decepcionantes.
Apesar de sua vasta e genial obra com mais de uma centena e meia de composições, Sérgio Sampaio nunca mais conseguiu emplacar um sucesso na carreira, pois tinha um temperamento forte e crítico com a indústria fonográfica. Gravou diversos compactos, além dos LPs “Tem que acontecer”, em 1976, e “Sinceramente”, em 1982, mas amargou o ostracismo artístico, vivendo de apresentações no circuito alternativo. Quando se preparava para o lançamento de um álbum com inéditas, morreu aos 47 anos em decorrência de uma pancreatite — o projeto foi concluído em 2006 por Zeca Baleiro e lançado com o nome de Cruel.